Em certos aspectos da vida cotidiana, a sua posição em relação aos fatos não pode ser ambígua. Casos "brotam" no dia-a-dia e a imprensa - que de boba não tem nada - faz questão de imprimir na cabeça de cada pessoa uma "opinião coletiva", que se não é coletiva passa a ser a partir dali. São os tempos onde, quem chega primeiro portando a informação, vence - quer seja a informação! O Partido ao Meio vai tratar de um tema extremamente polêmico que precisa da sua atenção!
Noite de 31 de Janeiro, bairro do Flamengo, zona sul do Rio. Quatorze homens - ou mais - autodenominados "justiceiros", detém um adolescente que, supostamente, praticava pequenos furtos na região. Este cidadão é agredido e preso nu a um poste, amarrado por uma trava de bicicleta. A notícia choca, evidentemente!
Automaticamente, temos o impulso de julgar a ação dos "justiceiros" e a própria conduta do adolescente, sem conhecer todos os fatos que podem influenciar um "parecer" correto sobre a situação. Mas vamos partir do famoso senso comum! Quem mora ou frequenta a área do Flamengo, Catete, Glória e redondezas, sabe que a coisa mais comum que existe na região é a presença de moradores de rua, profissionais da noite, ladrões e drogados. A frase choca pelo preconceito porque parece que englobamos todas essas pessoas num grupo só! Não é verdade, estamos simplesmente apontando a frequência(principalmente noturna) da área que, de fato, gira em torno dessas pessoas.
Dito isso, também é certo afirmar que os mesmos moradores e frequentadores desses bairros sabem que policiais e demais "controladores da ordem", deixam a coisa correr solta na região. Talvez por omissão, talvez por ocasião, mas com certeza por falta de políticas públicas de remoção, de assentamento, de restruturação e reinclusão na sociedade, etc.
Pois bem, sabemos quem são e como vivem! Grande parte dos casos de assalto e violência que ocorrem por ali são atribuídos, corretamente por sinal, a essas pessoas. O caso acima descrito representou o "copo transbordando". O que isso quer dizer? Pessoas, que uniram suas insatisfações e seus "sacos cheios" em relação aos desmandos do poder público, e decidiram agir por conta própria. O garoto apanhou, ficou nu, foi preso ao poste - e lendo isso a gente acha que a violência foi essa! Caro leitor, violência, na sincera opinião do Partido ao Meio, é ter o direito de ir e vir cerceado. Violência é sair com sua namorada a noite e ver nos olhos dessas pessoas o desejo de roubar, de ferir, de traumatizar. Sim, porque representantes de ONG's e dos Direitos Humanos alegam que essas pessoas são fruto da ingerência do Estado brasileiro e do esquecimento da sociedade. Alegam que elas têm fome e por isso cometem tais atos. Ora, o que se vê nos Estado do Rio de Janeiro hoje em dia, não são assaltos cuja intenção ou o impulso são atribuídos á fome. São pessoas violentas, que roubam por roubar, que matam com a facilidade de quem estoura um balão de aniversário e que, acima de tudo, sabem que o problema vai ser tratado como uma causa social, um problema de classes, e que por isso irão continuar a cometer tais atos.
Não devemos nos espantar caso o exemplo dos "justiceiros" seja replicado pelo país afora. Erraram por combater violência com violência, o que poderia nos levar a um estado de lei marcial. Mas, em contrapartida, mostraram para este meliante e para os demais que coisas desse tipo podem sim acontecer e que punição também existe para além do poder público. Frase de uma jornalista brasileira: "O Estado é omisso, a polícia desmoralizada, a justiça é falha, o que resta ao cidadão de bem (...)? Se defender, claro!" E ela completa alegando que, na opinião dela, o que ocorreu foi "legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite".
Justiceiros: invadam Brasília! Por hoje é só.