quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

RESQUÍCIOS DE UMA GUERRA

    Que a disputa eleitoral de 2014 não foi um mar de rosas, é notório! Um banho de sangue foi observado até pelo eleitor menos curioso e interessado. O que o país não esperava - e ainda tenta se adequar - é que a polarização permanecesse inerte ao fim do período eleitoral. De um lado a candidata vitoriosa que, incessantemente, busca apoio para promover reformas que considera necessárias ao país; e de outro, o candidato derrotado que, dada a expressiva votação recebida parece não saber muito bem qual o seu papel no atual cenário. 
    Dilma saiu enfraquecida de uma disputa onde esforços não foram poupados para destruir sua imagem de gestora e líder. Houve um sentimento nacional herdado das manifestações de 2013 que, sem sombra de dúvidas, é destinado a toda a classe política, mas faz mais estragos na atual gestão, quer seja ela. A oposição, de posse dessa vantagem automática e gratuita, não deixou passar a oportunidade de acusá-la das mais variadas mazelas. De certa forma, pode-se considerar um tiro saído pela culatra, pois a candidata se reelegeu. Mas o estrago, embora minimizado pela vitória, rendeu à presidenta duras críticas, além do fardo de supostamente "prover" males arraigados na cultura política brasileira desde a primeira caravela aportada no novo mundo.
    O papel da imprensa brasileira foi fundamental no período citado. Houve de tudo: colunista perdendo a linha e a vergonha, grandes jornais deixando transparecer o mantra político de suas redações a cada nova publicação, escândalos das mais diversas naturezas sendo revelados "nos 45 do segundo" graças ao bom jornalismo idôneo brasileiro. A ironia dispensa explicações!
   Antenado a essas questões, o Partido ao Meio foi à luta! Pesquisamos e fizemos um levantamento das capas de outubro dos dois maiores jornais do país. A análise, realizada de 05 à 26 de outubro, revelou não só a polarização, mas a necessidade de uma regulamentação da mídia cada vez mais urgente. Há uma tendência no país a tornar opiniões elitistas e minoritárias em opiniões nacionais. 
   O levantamento mostrou que em 78% das capas, direta ou indiretamente, o jornal deixa claramente exposta sua opinião política. Os dados estão disponíveis para qualquer um nos próprios sites de cada jornal.
Acessem e vejam a real necessidade de o Brasil tem de regulamentar e "ressocializar" a mídia nacional.