sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Será o fim da tempestade?

A ventania que assola Brasília e leva a poeira para o resto do país parece estar se dissipando. Há algo de velado na política nacional que nos faz crer, ao mesmo tempo, que as coisas podem se acalmar, como explodir a qualquer momento. Tom Jobim, como sempre, estava certo: "O Brasil não é para principiantes." 

A julgar pela demanda de jovens gerada com a visita de Mujica ontem, à Uerj, parece que num futuro próximo podemos estar salvos da ignorância e alienação política atual. O líder uruguaio foi enfático ao dizer, em entrevista à TV Uerj pouco antes de seu encontro com o público, que estava ali para falar e para ser ouvido, não como um líder, mas um dissipador de ideias. Falou de democracia, dos bancos e, acima de tudo, deixou uma mensagem para os jovens que o ouviam. Essa mensagem parece ecoar de maneira ressonante, sobretudo no atual momento político brasileiro. 

Evitando falar da crise política interna, Mujica citou, ainda, "os aventureiros de uniforme", uma alusão aos regimes militares do continente e ao impensado e irresponsável clamor de parte das ruas para a volta do regime. 

Há, aí, um aspecto muito importante a ser analisado: o que quer o Brasil? De tempos em tempos, fica nítida a imagem de que não estamos escrevendo uma história, mas sim travando uma eterna batalha para ver quem irá segurar a caneta! Nesta semana, o ex-presidente Lula afirmou em entrevista que, se necessário, entrará na briga para que a oposição não pense que o Partido dos Trabalhadores está morto. Lula afirmou a frase acima, respondendo à pergunta de um repórter sobre sua possível candidatura ao Planalto em 2018. 

Tão importante quanto ver Lula ressurgir é analisar, com dados concretos, que a oposição também está atolada até o pescoço em corrupção. Não que isso fosse novidade para alguém, mas algumas pessoas pareciam fazer questão de tapar olhos e ouvidos para o que - de maneira latente - se mostrava. Em delação premiada, Youssef e Costa mencionaram repasse de propina ao senador Aécio Neves e ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra. 

Tamanha a repercussão negativa do nome do ex-presidenciável Aécio Neves figurar na lista dos corruptos, que o portal de notícias Uol, ligado à Folha de S. Paulo, noticiou num primeiro momento o nome do senador e, posteriormente, o substituiu por "tucanos". 

Não pode haver combate seletivo à corrupção, tampouco não se pode mitificar ou endeusar o juiz A, B ou C por estar cumprindo seu papel dentro da esfera democrática e da divisão dos poderes constituintes dessa democracia. Há algo de estranho em Moro, mas o jeito é esperar para ver. 

Enquanto essas questões "menores" se desenrolam, a novela acaba, o futebol começa, a cerveja esquenta...

Este blog ainda noticiará que a questão política brasileira tomou o interesse dos cidadãos! Não para depois, para mais tarde...para hoje!