terça-feira, 21 de maio de 2013


Desassociar. Com essa palavra de múltiplos significados começo a postagem de hoje. Um tema polêmico que precisa ser discutido o quanto antes, antes que só discutir já seja uma medida em vão! Pra não deixar o bonde passar e você ficar aí imaginando coisas, coloquemos, pois, os pingos nos is. Desde que o menino Cabral saiu dos confins do velho mundo e cá chegou à procura de se dar bem, que a realidade não é outra. O Brasil insiste na ideia de ser um Estado laico. Bacana? Sim, se na prática funcionasse! Você certamente não vai ver demonstrações da religião influenciando a política quando o preço da cesta básica cai ou quando a gasolina do seu carro está mais cara. Mas vai que a sua namorada fica grávida e a escolha dela é abortar! Surge um padre e/ou um pastor condenando você de aceitar, ela de querer e seu governo de permitir! Só que os tempos mudaram e agora, além do padre e do pastor, tem um cara que insiste em dizer que te representa, falando que o que você está fazendo é errado. Prazer, congressista! O Brasil, em questão de poucos anos, se converteu de um Estado Laico/semicatólico-por-conveniência para um Estado com crescente apelo evangélico. Longe do Partido ao Meio julgar os prós e contras dessa conversão. Porém, é nossa obrigação revelar o que pode estar vindo por aí! Explosão de casos de pedofilia e abusos sexuais cometidos por representantes de ambas as religiões; uso abusivo do “poder de Deus dado aos homens de boa fé” influenciando decisões que afetam de budistas a agnósticos; passeatas e marchas cada vez mais cheias de pessoas que não sabem ao certo pelo quê estão reivindicando. O que importa para o governo a sua opção sexual? Em bom português, se me permitem: gay também paga imposto! Negro vai à escola e tem ateu que luta por um país muito melhor do que inúmeros religiosos querem. Entendam: não é, de forma alguma crítica a nenhuma religião. Pelo contrário, na época em que minha falecida avó me ensinava a rezar, religião funcionava de outra forma! Querer o bem e fazer o bem parece não ser mais o objetivo. Ou talvez seja, com pequenos adendos à regra: querer (o meu) bem e fazer (para o meu) bem. Preocupa perceber que estamos caminhando num túnel escuro e, a cada vez que uma luz se acende, surge dela um Marco Feliciano presidindo uma comissão que deveria proteger tudo que ele condena; surge um Jair Bolsonaro que insiste em afirmar que foi por muita educação que o filho não se converteu ao “boiolismo” e caso acontecesse a solução era “porrada mesmo”; surge um pastor que, até que se prove o contrário, convertia de maneira bem peculiar mulheres com “o grave problema do lesbianismo”. Por fim senhores, aqui vai um apelo: seja o que você quiser, seja católico, protestante, budista, seja até Power Ranger (segundo aquela piadinha infame que circula no Facebook), mas vá com a sua religião até onde o direito da minha existir começa! Ou até onde o meu direito de não ter uma se inicia. 

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