terça-feira, 8 de setembro de 2015

Quem é que manda?

Toquem as trombetas: o trono está vago!

Não! Não é o prelúdio do apocalipse político nacional, nem mesmo a convocação de um plebiscito para ruir ainda mais a frágil democracia brasileira.

Na verdade estamos nos encaminhando para o equilíbrio tão sonhado dos três poderes. O mais analfabeto dos políticos sabe que a república se constitui dos poderes executivo, legislativo e judiciário, certo? Certo! Mas, não é desta tríplice "aliança" que me refiro. E digo mais, os poderes se renovam e nos trazem a impressão de que todo ocupam o trono, ou mesmo de que ele está vago. Acompanhe a suposição:

Primeiro poder: O GOVERNO
Este, dotado da máquina pública, que faz e acontece e que insiste em favorecer a quem está cansado de ser favorecido, A-N-O A-P-Ó-S A-N-O! Responsável por arrecadar recursos, destinar verbas, vetar, afrouxar, ceder e conter. Cabe a ele zelar pelo bem estar geral e criar políticas públicas que favoreçam a ele mesmo, digo, à população. De posse destas habilidades, este e todos os outros governos ficaram aquém do esperado quando o assunto é povo. O que abre espaço para o segundo poder.

Segundo poder: A OPOSIÇÃO
Esta, majestosa, aglomeradora da massa descontente que, EM TESE, fomenta o equilíbrio entre ideias divergentes. A oposição cresce, e cresce cada dia mais, não por mérito próprio, mas por descrédito do inimigo. O governo tanto se atrapalha que a oposição, mais atrapalhada ainda, "pega o bonde andando" e, por ajuda divina, ainda consegue "sentar na janela".

Mas, espera: se o governo não faz o que deve, e a oposição também não, por que nessa brincadeira o governo cai e a oposição sobe?
Lembra da ajuda divina? Terceiro poder!

Terceiro poder: A IMPRENSA
Com muito pesar, este blog fala mal de sua própria mãe! A imprensa, cuja função enquanto entidade pertencente a um conjunto social é a de tornar público tudo que de relevante envolve a população, deixa a desejar, E MUITO, na atribuição de suas funções. Dela, deveriam partir denúncias, apurações detalhadas, quebras de esquemas nocivos à democracia, etc. Você deve estar confuso, visto que é exatamente o que a imprensa tem se empenhado em fazer nos últimos meses.
Mas ela se vale da premissa de "imprensa para uns, silêncio para outros".

Veja (com o perdão do periódico homônimo a forma verbal): um país cuja imprensa investiga arduamente o possível envolvimento de um ex-presidente da república em esquemas de corrupção, e se "esquece" de um helicóptero, patrimônio de um certo senador, cuja carga transportada se tratava de, nada mais nada menos do que quase meia tonelada de pasta-base de cocaína, não pode se orgulhar de seu jornalismo!

Com muito desgosto, o brasileiro vai vendo se esfarelar a ideia de justiça social, crescimento inclusivo, respeito às diferenças e democracia. Nos acomodamos e aceitamos ouvir da TV o que só interessa à TV, ler no jornal o que só interessa ao jornal e, o pior de tudo, a viabilizar como verdade o que pode estar muito longe dela.

A escravidão chegou ao fim por que vários fazendeiros, de mãos dadas com a Princesa Isabel, tiveram um surto coletivo de consciência social e acharam melhor dar chance ao negro pobre? Não leitor: quando alguém concede um benefício, o concessor se beneficia muito mais que o beneficiário. Assim como quando gritam que a crise está insustentável e o país vai quebrar, é porque alguém está perdendo muito mais do que você.    

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