quarta-feira, 10 de julho de 2013

De onde vem o Poder?

Ao que tudo indica, estamos sofrendo constantes ameaças de pacificação! Quando digo "estamos" me refiro a nós, povo! E quando digo "pacificação", falo das incansáveis forças que tentam minimizar, ensurdecer e - num desejo mais maquiavélico ainda - calar nossas vozes. Experimentamos o inesperado. Quando todos nós - volto a dizer, POVO - fomos às ruas gritar até que alguém nos ouvisse, o que mais se ouviu foi o silêncio das autoridades, o silêncio dos que nunca poderiam se calar. O Lula sindicalista dando espaço para o Lula "molusco escondido nas profundezas", o Pelé futebolista dando espaço para o Pelé "poeta calado" e tantas outras demonstrações que fizeram a população perceber que, em bom português, quando o bicho pega os nossos ídolos somem! Sai Willian Bonner de cena, com sua oratória afiada (até que ele tenha que noticiar o caos), entra uma moça durona, com cara de saber botar ordem na casa, porém extremamente mal assessorada. Prazer, Presidente Dilma. Daquele discurso, o que mais me impressionou foi a normalidade da presidente ao ler o prompt. Que não é ela que escreve os discursos, acho que todo mundo sabe. Agora, ler é com ela! Me parece que ela voltou aos tempos de escola, quando você chega atrasado na aula e, justo naquela aula tem uma apresentação de um trabalho que você nem sonhava existir. E pasme, o orador da apresentação é você! O amiguinho mais desesperado lhe empurra púlpito adentro e, em suas mãos, lhe entrega o texto. Simples, é só falar! O que estava escrito naquele papel? "Ah, não sei, não deu certo no final? Então!" O problema Dilma, é que o final tá longe de chegar e já tá dando errado agora no começo. Erro 1: se eu sou um médico brasileiro não gostaria de ter ouvido o que ouvi. Erro 2: o velho discurso do "relaxa que vai ficar tudo bem" já não convence mais. Erro 3 (e talvez o mais bizarro de todos): se o seu governo estivesse tão interessado na reforma política, por quê não enxugar a máquina onde a senhora pode? 39 ministros, é sério isso?
Presidente, dê ao povo o que de direito lhe pertence: transparência! A transparência que temos não nos agrada. Por hora, a única coisa que não passa batida é a roubalheira. Nisso sim, parlamentares são bem transparentes a ponto de nem disfarçarem mais. Pode ser um direito do Renan pegar um avião da FAB e ir pro raio que o parta? Pode! Mas cadê o bom senso? Fico pensando no que passa na cabeça desses parlamentares? "Acho que o povo brasileiro não vai ligar se eu pegar um aviãozinho aqui ou outro acolá para levar uma galera pra um casamento", "Bobagem: qual o problema se eu moro na Lagoa e uso um helicóptero pra chegar no Palácio das Laranjeiras todo dia? Vocês já viram o trânsito hoje?" Nossos políticos não só estão despreparados para o zelo com a coisa pública, mas também despreparados para a vida. Me pergunto se, caso submetêssemos nossos políticos à prova do ENEM,  eles seriam aprovados! Melhor ainda, um concurso! Por que não concursar os cargos eletivos? Após eleito, o candidato passaria obrigatoriamente por uma sabatina de provas em que seriam testados conhecimentos técnicos para o desempenho de funções administrativas e ministeriais. Acho que o que mais chamou a atenção nessa onda de protestos pelo Brasil foi a tomada de consciência pelo povo de que é errada a ideia do poder estar nas mãos de quem administra o dinheiro público. Ora, quando você recebia mesada, se sua mãe ou seu pai parassem de comparecer com a contribuição, o que é era feito de sua vida social? Ruínas! Portanto, use a metáfora para entender o sistema público como um todo, e responder duas perguntas básicas: quem fornece o dinheiro? O povo. Logo: quem tem o poder? O POVO! Prefeitura, Câmara, Senado e Presidência indicam pra onde o rio corre, mas se a nascente secar, não tem água pra ninguém! Comporte-se como nascente! Saia às ruas novamente pra mostrar que: se vai ter plebiscito ou não e se ele vai ser em 2013 ou não, a mudança tem que começar agora! Se eu pego o carro do meu chefe e vou dar uma volta, nem preciso voltar pro emprego no dia seguinte. Então por que o pilantra do senador pode pegar meu avião e no dia seguinte sentar na cadeira do Senado como se nada tivesse acontecido? Fico revoltado!

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