segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A gente falando dos outros

Cá estamos nessa segunda-feira cinza, pós-feriado! A proclamação da república nunca foi tão emblemática quanto essa, visto que nunca houve um adendo histórico chamado "mensalão", como esse! Sei que temos assuntos e mais assuntos a serem tratados, porém vou reviver os áureos tempos de colégio e redigir minhas impressões a respeitos das férias - no caso, feriado - em algumas palavras!

Macaé! Uma escolha meio ousada pra quem quer passear, porém de grande valia pra quem é curioso como eu. A cidade, no âmbito econômico, vive da movimentação que o petróleo traz, com suas empresas terceirizadas e toda a sua infraestrutura. Observada pelos olhos de um carioca, a cidade é muito pacata e leva você ao ledo engano de achar que se encontra no interior! Mas, como isso aqui não é redação do ENEM, vou revelar minha real motivação para dissertar sobre Macaé, em três palavras: limpeza, transporte e política! Não é difícil perceber que a cidade encontra-se num estado de conversação desejável por algumas metrópoles! Posso estar falando besteira para um macaense ouvir, mas aos olhos e ouvidos de um turista, a cidade não se revela como um grande deposito de lixo. Ruas limpas, com lixeiras bem distribuídas e o melhor: exalando aquela sensação de que, caso você jogue um papel de bala no chão, será o primeiro! Como toda cidade, prós e contras duelam! Imagine sua alegria ao entrar num ônibus e pagar R$1,00 pela passagem? Bacana, não? Pois é, não para um macaense! Embora o valor repassado ao cidadão seja o descrito acima, a passagem real custa 3 vezes mais que esse valor, e o governo subsidia mais de 300% do custo do transporte para o consumidor final. Isso significa dinheiro público indo para as mãos de cartéis de transporte rodoviário! Ganha de um lado a população que vê, no imediatismo da economia doméstica, uma vantagem tarifária, porém perde de outro ao sentir, timidamente, que o peso desse subsídio volta de alguma maneira: seja no alto custo de vida da cidade, seja na exagerada inflação imobiliária, seja nos impostos! Pra encerrar o capítulo Macaé, estou disponibilizando na página do Partido ao Meio, no Facebook, uma imagem extremamente interessante! A associação de moradores da Praia do Pecado(por sinal, cartão-postal da cidade), expõe de maneira bastante clara o posicionamento dos políticos locais a respeito de questões cruciais na vida dos moradores da cidade. E você, sabe qual o posicionamento dos seus representantes diretos a respeito de questões importantes para você? Fica a dica.

Eleições no Chile! Ainda não foi dessa vez que Michele Bachelet carimbou seu retorno ao La Moneda! Com um desempenho esperado por todos, porém, insuficiente para a vitória em primeiro turno, a socialista garantiu 46% dos votos contra os 25% de Evelyn Matthei, candidata da situação, amiga de infância de Bachelet. Você, caro leitor, que não é um aficionado por política como o Partido ao Meio, deve estar se perguntando "o que eu tenho a ver com o Chile?". O Chile é um exemplo a ser observado de perto. Um país com ares europeus, periferias asiáticas, democracia acima do nível da insipiência brasileira, e muito vigor político. Como eu disse acima, as candidatas eram amigas de infância. O que as separou foi a inclinação política de seus pais em plena era Pinochet. Ambos militares, o pai de Bachelet foi fiel à Salvador Allende no golpe militar. Já Fernando Matthei, pai de Evelyn, apoiou a ditadura, e mais: foi responsável por um dos QG's do regime, onde Alberto Bachelet foi mantido preso, torturado e morto. É importante ressaltar que historicamente foi comprovado que Fernando não teve autonomia para cessar, nem responsabilidade para ordenar as torturas contra Alberto. Mas enfim, o que eu quero dizer com tudo isso: olhem a lição democrática que a história traz! Um país, outrora subjugado como o nosso por forças ditatoriais, se vê diante de uma escolha democrática: dos dois lados, filhas de generais que representaram(e ainda representam) segmentos opostos da sociedade, porém apresentam propostas bastante concisas para o futuro do país. É como se Bachelet fosse uma Dilma chilena! Defende um governo assistencialista, voltado para classes menos favorecidas do país, com forte apelo focado nas mudanças sociais e com uma bandeira hasteada: a mudança na constituição vigente, que é a mesma desde a Carta Magna de Pinochet. Já Evelyn carrega o peso de um governo desgastado, como está o do presidente Sebastián Piñera. Será uma decisão entre duas continuidades: a nova continuidade, representada pelo estilo de Bachelet, e a continuidade mais recente que se enxerga no possível governo de Matthei, à sombra de Piñera.

Enquanto isso na Venezuela, Maduro se aproxima cada vez mais da população. Seria o carisma herdado do Chavismo? Pior que não! Maduro tomou medidas econômicas austeras e resolveu limitar o lucro dos grandes empresários venezuelanos. O comércio agora é obrigado a praticar preços, em tese, mais justos! 

E no país do mensalão, mais 7 podem ter as prisões decretadas hoje. Já há rumores nos corredores de Brasília que indicam pedidos de prisão domiciliar para as grandes estrelas do caso. Genoíno apresenta problemas de saúde na prisão. Seria a mesma depressão que atinge Delúbio e Dirceu? Vamos observar!      

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