terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O Maranhão e o Brasil

A bomba explodiu! Aquele tipo de assunto inconveniente que recebe o sorriso negligente de todos os responsáveis por ele, decidiu aflorar e mostrar para a sociedade brasileira que não se faz nada sem segurança pública. Da insegurança, o medo! Cidadãos acoados em casa, crianças sem aulas nas escolas. O trabalhador que sai de casa, mais uma vez não sabe se volta. Seu ônibus pode ser queimado, a bala perdida pode lhe encontrar, o próximo refém da incapacidade política pode ser ele. Maranhão é o tema de hoje no Partido ao Meio!

Maravilhosas terras cortadas por dunas, águas cristalinas e conhecidas pelos famosos lençóis. O Maranhão sempre foi destino certo de turistas estrangeiros e dos de casa também! O que é ofertado ao visitante foi e ainda é um Maranhão de contrastes, porém um Maranhão onde os atrativos turísticos prevalecem sobre as mazelas. Terra de coronelismo da Família Sarney que controla a comunicação no estado e, por consequência, a política também!  Sarney foi governador do estado em 1966 e desde então, os desmandos dos Sarney não tiveram fim. Interessante, pra quem não sabe, é que o digníssimo senador em questão tem seu mandato a serviço dos cidadãos do...Amapá! Pois é, José Sarney não é senador pelo estado do Maranhão. Choca perceber (e daí a gente entra na velha questão da reforma política) que os votos que elegem um senador amapaense, provavelmente não são o suficiente para eleger um prefeito de uma grande cidade paulista, por exemplo! Sarney é raposa velha na política e, como tal, fez o dever de casa de maneira a garantir que os seus também fossem raposas no emaranhado político nacional. Uma delas: Roseana Sarney, atual governadora do Maranhão, está herdando e colhendo os frutos de anos de incompetência administrativa imputada pela própria família dentro das paredes do Palácio dos Leões, sede do governo estadual. Entenda a crise: o sistema prisional do estado reflete a realidade carcerária nacional. São detentos e mais detentos que se aglomeram em celas cuja capacidade está extremamente aquém da necessária, cujo grau de periculosidade de cada um não é levado em conta para que ocorra uma triagem de segurança (que colocaria presos mais perigosos separados de detentos de menor periculosidade. A questão é muito importante, caso contrário corre-se o risco de "piorar" a índole de ladrões de galinhas deixando-os em contato com ladrões de orgãos, de virgindades, de dinheiro público, etc). A grande questão é que essa situação não é novidade, nem lá nem no resto do país. Prisão (do latim vulgar prensione, derivado do latim clássico e popular prehensione - ato de prender - pela também vulgar expressão latina presionepara ensinar, dar aula   
De posse da definição da palavra, caro leitor, convido-o a refletir comigo: é esse o objetivo final de uma prisão brasileira? Corrigir? Educar? O problema evolui de uma tal maneira que chega a ser surpreendente que uma população tão castigada e privada de escolaridade de qualidade, como a do Maranhão, mesmo se deparando com problemas de segurança pública dessa natureza, ainda apontam que a principal mudança almejada por eles na sociedade maranhense é a educação. Ora, a imprensa num raro lampejo de sinceridade, mostra escolas inauguradas no estado com o sobrenome Sarney estampado em suas fachadas, que nunca receberam a visita de um professor, sequer. 

Apresentado o problema, o Partido ao Meio questiona os métodos e fornece as soluções! O ministro da justiça, em encontro recente com a governadora, traçou modestos planos a serem cumpridos para superar a crise. Ministro, o caldo derramou no Maranhão, mas o problema é geral! O que se viu lá foi investimento zero em construção e adaptação de carceragens, mas em outros estados a situação não é diferente. Estamos falando em dar conforto para bandidos? De forma alguma! O conforto tem que vir para o cidadão em saber que os meliantes de sua sociedade estão num lugar que não oferece riscos aos seus filhos, e num lugar onde, ao fim da pena, saírão pessoas totalmente diferentes das que entraram! Vejam o caso de Sorocaba que cuida e mantém seus belos jardins públicos às custas do trabalho braçal de detentos, que por sua vez recebem atenuantes nas penas. Solução tem! Mas sei lá né...preso vota? Você já viu uma urna eletrônica dentro do presídio? Ou melhor, você já viu político sendo eleito porque construiu cadeia? É igual esgoto, nobre leitor: pra quê o político vai investir em rede de esgoto se o nome dele não poderá ser estampado no cano? Ou melhor, poderá, mas quem vai ver debaixo da terra? Mais uma vez a gente chega a conclusão que   nos atormenta: a culpa ainda é nossa! É nossa, que adquirimos alzheimer no período eleitoral, é nossa que  sempre preferimos solução imediatista para problema secular. É nossa que encabeçamos uma pesquisa de intenção de voto no estado do Rio de Janeiro com Anthony Garotinho e César Maia! Enfim, por hoje é só! 

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