terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Devaneios da Imprensa Brasileira

Desde que o mundo é mundo, parece que o grande prazer da humanidade - ignorados os prazeres carnais - é contar! De que vale saber, sem poder espalhar? De que adianta ser o detentor da notícia se você pode ser não só o possuidor da fonte mas também o meio de propagação? Infelizmente, e como tudo que tem natureza pura, há uma tentativa constante de quebra da legitimidade das coisas. Não por vontade deliberada, mas no sentido de atender outros interesses que se colocam "mais importantes" no momento. O Partido ao Meio fala hoje do boicote promovido pelos meios de comunicação à Marcelo Freixo, deputado do Rio de Janeiro.

Aqui no blog, a palavra de ordem sempre foi informar. Informar para não alienar, informar para gerar compreensão, informar para gerar dúvida e curiosidade, etc. Dessa maneira, não estamos fadados à promoção pessoal, tampouco à promoção de terceiros(leiam-se políticos). Marcelo Freixo tem uma trajetória na política nacional e, principalmente na política carioca, que deixa a desejar qualquer outra trajetória oponente. Ligado aos direitos humanos e a extrema-esquerda, o deputado parece refletir o desejo de uma ala importante da sociedade: que o dizer "otário" na testa de cada cidadão seja apagado, ou pelo menos substituído por um..."atento"! A intelectualidade carioca, bem como demais deputados e militantes políticos se indignaram frente aos últimos acontecimentos que tentaram ligar a imagem de Freixo ao atentado contra a vida do cinegrafista Santiago. Digo atentado porque ninguém porta um artefato daqueles sem assumir, ou pelo menos ter consciência, da possibilidade de que aquilo cause danos graves à terceiros. Pra quem desconhece o fato: uma ativista que oferecia apoio jurídico aos envolvidos na morte de Santiago, alegou que um destes envolvidos tinha ligação com Freixo. Informação que foi logo refutada pelo próprio envolvido nas seguintes palavras: "Agora, com mais calma, tenho certeza de que usaram o nome do deputado indevidamente". O fato foi noticiado em larga escala pela mídia impressa e televisionada, com ênfase na toda poderosa Rede Globo, que na edição do JN de ontem, disse "respeitar e compreender a posição do deputado" mas que, em outras palavras, ela não faria diferente porque o negócio é a notícia!

Caros leitores, pensem comigo: eu me lembro, há pouco, de ver a Rede Globo comemorar 40 anos de existência. Qualquer aluno de 2º grau pode fazer esta conta e perceber que a referida emissora sobreviveu - e muito bem, diga-se de passagem - à ditadura brasileira. Quem sobreviveu à ditadura brasileira ou se exilou, ou se calou, ou tinha costas quentes. Creio que, no caso, "costas ferventes" e silêncio fazem mais sentido! Portanto, não é de se esperar que uma empresa que, assim como Sarney, quer se perpetuar no poder, use de artimanhas como essa para continuar sendo líder no segmento. "Eu brigo com o ministro do Exército, mas não com o Roberto Marinho", disse Tancredo Neves em certa ocasião!

Leitores: em tempos de eleição, principalmente em tempos de eleição, temos que verificar a mesma notícia em 2, 5, 10 meios diferentes. Se possível, checar a imprensa internacional, ler blogs alternativos. A informação, ao contrário do que se prega, está em toda parte. Resta, a quem a recebe, o discernimento para julgá-la coerente ou não. Vejo notícias e mais notícias escandalizantes a respeito dos mais variados ocupantes dos três poderes, por exemplo. Mas, sinceramente, apelo para o seu bom senso: uma campanha, às vésperas da eleição presidencial, para tachar a candidata melhor colocada nas pesquisas, como lésbica, altera seu caráter? Faz dela uma pessoa menos apta para ocupar a chefia do executivo nacional? Vamos nos ater ao que, de fato, toca nossas vidas. Proponho um desafio de consciência: imagine-se como candidato a qualquer vaga eletiva. Agora imagine seu passado destrinchado e escancarado ao eleitorado. Não estou insinuando que você, nobre leitor, tenha realizado feitos negativos que até Deus duvida. Mas, cá entre nós, ninguém se orgulha de tudo que já fez na vida! Portanto, usar destes artifícios não seria um "golpe baixo à sua candidatura, leitor? O papo pode parecer piegas, mas não é verdade o ditado de não fazer com os outros aquilo que não se quer sofrer? Por hoje é só.

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