segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Velho Mundo Novo

Depois que as Torres Gêmeas caíram, que a estação do metrô de Londres explodiu, que ondas gigantes mataram milhares na Ásia e que populares tomaram as ruas do Brasil em protesto, achei que minha esperança na caridade da sociedade e no amor ao próximo estavam renovados. Ledo engano! Os problemas continuam iguais - ou piores - do que eram. Mas até aí, mal e porcamente, tá tudo bem! A questão é: tem sempre um Jair Bolsonaro pra fazer merda!

Ficha completa: Jair Bolsonaro, deputado federal pelo PP(Partido Progressista) do Rio, 58 anos. Ligado à ditadura, foi militar no período sombrio da história brasileira. Casado, pai de 4 filhos, sendo um do segundo casamento. Suas bandeiras: defensor da moral e dos bons costumes cristãos, onde se inserem a intolerância sexual, racial e de crença. Apoiador convicto da tortura e evidentemente, dos regimes totalitários.

De posse desses dados, leitor, venho relatar um acontecido: hoje, conforme noticiado pela mídia, uma visita da CNV(Comissão nacional da Verdade) - formada pelos senadores Randolfe Rodrigues e João Capiberibe, e pela deputada federal Luiza Erundina - às dependências do Exército na rua Barão de Mesquita, na Tijuca, onde funcionava o temido DOI-CODI (pra quem não sabe, um dos orgãos de maior repressão da ditadura no Rio de Janeiro), chocou a opinião pública. O referido deputado Bolsonaro, com todo o histórico que lhe cabe, tentou entrar no prédio das Forças Armadas sem ser convidado, sem fazer parte da comissão, e o pior: sem nem apoiar a causa. E PASMEM: após uma discussão, deu um soco no senador Randolfe! Seria cômico se não fosse trágico! O assunto merece uma discussão extensa, mas como eu ainda preciso falar do Cabral, vou deixar uma reflexão na sua cabeça, leitor: não seria Jair Bolsonaro uma versão fake e distorcida de Marcos Feliciano? Com toda a retórica afiada que cabe aos dois, no que se refere à defesa de suas "causas", podemos observar uma linha tênue que os separam - ou que os agrupa!

Cabral, Cabralzinho! Tenho um profundo respeito pelas forças populares que o colocaram no poder legislativo, ainda quando Vossa Excelência havia sido eleito senador pelo Estado da Guanabara! Se não me engano, o candidato mais votado em todo o estado. Uhul! Acho que a recompensa que o carioca e o fluminense tiveram com essa eleição foi uma sucessão de problemas e equívocos que fizeram do senhor, mais um no meio de tentos outros!
Após os incontáveis protestos e ocupações na rua do Governador, após a queda vertiginosa de popularidade e consequente aprovação popular, e, não menos importante, após a onda de retaliações que varreram o eixo Rio - São Paulo clamando pela renúncia ao governo, Cabral parece ter selado seu destino político. Numa manobra política daquelas, a presidente Dilma, juntamente com a alta cúpula do PT, na esperança de fazer as pazes com o PMDB no Rio, convidou Cabral a integrar um dos ministérios  de seu governo, a partir do início de 2014. Na prática, Cabral renunciaria ao Governo do Estado, abrindo espaço para a atuação de Bundão, perdão...Pezão, seu vice. Este por sua vez, começa a ganhar terreno e conhecimento popular no cenário político, a fim de lutar pelo governo do estado em 2014 contra, nada mais nada menos que, Lindberg Farias. Sim, leitor, o próprio! Lindberg lançará sua candidatura ao governo do Rio pelo PT, apoiado pela presidente Dilma. E não se confunda: Dilma também irá apoiar Pezão! Ou seja, palanque duplo no estado.

Raciocinem comigo: Cabral num ministério qualquer, Pezão no governo do estado, Lindberg candidato apoiado pela PresidentE, Pezão candidato em 2014 apoiado pela mesma e, por fim, PT renovando aliança com o PMDB. Quem sai perdendo, a não ser eu e você? Ninguém! Ó só que lindo!
Momento crítica: não adianta disfarçar, tapar o sol com a peneira! O Cabral será sempre lembrado pelo desastre que foi a campanha de pacificação no Rio, bem como por sua ingerência ao lidar com as manifestações. Além de que, eu não voto no Pezão, e você?
Enfim, tire suas conclusões! Faço minhas as palavras de Aécio NEVER: vamos conversar? Por hoje é só!

Nenhum comentário:

Postar um comentário