quarta-feira, 19 de junho de 2013

O grito reprimido está ecoando para além das fronteiras territoriais. É ouvido em lugares que ultrapassam a barreira do som, e chega mais rápido que a luz, onde nunca se imaginou chegar. Luz! O que era uma fagulha tímida de esperança torta, agora ilumina a cabeça de milhares, bem como seus caminhos. Fogo pra iluminar, pra alertar, pra chamar atenção e, infelizmente, pra destruir. Só que o mesmo fogo que destrói, agora constrói o inesperado. A imagem manchada de um povo antes condescendente, resignado, agora é substituída pela imagem de titãs enfurecidos e cansados de ouvir sempre a mesma historinha: "Esse é o país do futuro!", "O Brasil tem tudo pra ser uma potência mundial....daqui a 30 anos!". Na verdade, se olharmos para dentro, talvez nós mesmos não nos reconheçamos. O povo mudou, a geração Coca-Cola percebeu que pode tomar outra coisa! Se quiser, não precisa nem tomar nada! Na geração dos nascidos na "redemocratização" ainda não havia uma revolução que nos marcasse. Revolução! Ato ou efeito de revolucionar, rebelião, revolta, insurreição. Mudança profunda ou completa, revolução dos costumes. Na era em que as armas de fogo causam menos estragos que um celular e as bombas de efeito moral não são capazes de concorrer com as redes sociais, a definição parece bem justa! O país finalmente está mudando. E, ao que tudo indica, a revolução é proporcional ao problemas do Brasil: geral, devastadora e sem prazo de duração definido. Aparentemente, o Império Brasil - a colônia portuguesa que se agigantou e fugiu dos domínios de seus senhores - está mostrando pra quê veio. 11 capitais já manifestaram o descontentamento que agora é visível para o mundo. E o mundo, o velho mundo europeu, está conosco! A impressão que dá é a de que todos já esperavam que, um dia, isso fosse acontecer. Mas ninguém sabia dia nem hora. E o povo sai às ruas pra mostrar que qualquer dia é dia e qualquer hora é hora. Os ídolos do passado (e quando eu digo passado, me refiro a Maio, me refiro ao começo do ano, me refiro ao período pré-revolução) não estão mostrando mais a cara, e quando mostram não falam coisa com coisa. Né, Ronaldo? A revolta trouxe, como todos os apelos óbvios de uma revolta dessa natureza, a demonstração de que precisamos rever nossos mártires. Nossos ídolos estão defasados e, em bom português, "quando o pau come" nenhum aparece na rua, pra apoiar, pra questionar! O que se vê nas ruas é a alegria de uma população que aguardava somente o primeiro grito de ordem pra se juntar, e seguir caminhando, e gritando, e cantando! Um apelo: já fomos ouvidos, nos resta agora traçar um plano para que isso seja constante. Ser justo para ser ouvido sempre! Corrigir os erros do passado não com erros mais elaborados ou mais difíceis de se descobrir. Corrigir os erros do passado entendendo que, até agora, o que se fez não deu certo, e novas soluções precisam ser propostas. Saia às ruas, hasteie a bandeira nacional na porta de casa, participe das conversas nas roletas dos ônibus, explique a manifestação par quem ainda acha que somo só "um bando de vândalos que não vão mudar nada"! E reze, principalmente você que acha que nada vai mudar, que não vê a hora de sairmos das ruas! Reze, porque se Deus quiser, o futuro não lhe renderá boas surpresas!

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